Poder participar da feira anual promovida pela IAAPA, a International Association of Atttractions and Amusement Parks, foi uma oportunidade e tanto para reimaginar o shopping e o varejo como centro de lazer e entretenimento familiar. No Orange County Convention Center, em Orlando, Flórida, mais de 55.000 m2 de área de exposição foram visitados por mais de 32.000 pessoas de 120 países. Foram 1066 expositores, representando uma indústria que movimenta US$ 40 Bilhões por ano em todo o globo.
Esses números superlativos dão uma pequena visão da grandiosidade do evento, mas tudo isso nos remete a constatação de que, entre o discurso e a prática há uma longa distancia. Os shoppings tem muito a incorporar nesta área se quiserem realmente oferecer entretenimento para o seu público. No evento pudemos constatar a diversidade de alternativas de ambientes que podem ser explorados na criação de uma atmosfera mais atrativa.
Em primeiro lugar, gostaria de dividir as atrações entre as mais voltadas à contemplação e a exploração de um universo educativo e as orientadas para uma experiência ligada a energia e a atividade física. Os dois campos são igualmente interessantes e merecem a nossa atenção.
No primeiro se destacam os aquários, museus de ciência e espaços criativos, onde crianças de todas as idades se divertem apenas observando, ou mesmo interagindo com situações, objetos e material artístico. Como exemplo temos a tradicional marca Crayola, que criou um produto de enorme sucesso em aproximadamente 6.000 m2, que já está instalado em dois shoppings, sendo um em Orlando. O espaço faz um grande sucesso com atrações absolutamente básicas, misturadas a outras que integram tecnologia, tendo o ato de desenhar e o crayon como fio condutor. Ao final, como é de praxe, passamos por uma loja da marca que tem acesso independente no shopping e alto fluxo de clientes. As opções “museológicas” são inúmeras, e as mais interessantes são as que misturam com inteligência o low e o high tech, e o curioso é que, quando bem desenvolvidas, as duas alternativas se complementam maravilhosamente, instigando igualmente o visitante.
Surpreendentemente foi o segundo segmento, ligado a emoção e atividade que mais me surpreendeu. Foram apresentadas soluções inovadoras e de um altíssimo padrão de segurança e qualidade para brinquedos tradicionais como paredes de escalada, arvorismo, tirolesas, high jumps e até pula-pulas. Algumas empresas tem se dedicado a criar equipamentos cada vez mais insanos para “corridas de obstáculos” contra o relógio, que fazem os desafios apresentados nos programas de TV do Domingo parecerem fáceis.
Além da feira, poder passear por Orlando é sempre um prazer e uma lição sobre a dimensão da ambição humana e do nosso poder de realização. As “ruas” da Disney e da Warner, por exemplo, são destinos únicos, que mantém uma rivalidade que só se compara a impressionante dinâmica de renovação das suas grandiosas flagships de varejo, alimentação e diversão.
Seja vendendo tickets, aumentando o fluxo de visitantes ou criando uma motivação adicional para uma visita do consumidor, integrar aos nossos centros de compra e operações de varejo espaços que gerem prazer e entretenimento ao público pode ser uma resposta aos desafios dos dias atuais. O evento da IAAPA é anual, e o de 2016 já está marcado. A visita é uma deliciosa maneira de ampliar o hard disk criativo e de integrar trabalho e prazer.
Artigo feito por Manoel Alves Lima, sócio-fundador da FAL.
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