Olhando para as novas tendências de comportamento, percebemos um movimento que leva as pessoas a questionarem mais seus hábitos de compra, principalmente no que se refere a bens de consumo. Neste cenário, o status se refere mais a como se consome do que o que é consumido. A compra vira um statement do que acreditamos e cresce a consciência de que nossas escolhas podem impactar a sociedade de uma forma melhor.
Identificado como Novo Consumismo ou Lowsumerismo, esse movimento ganhou mais força nos últimos anos com o boom da economia compartilhada. O fenômeno pode ser explicado pela revisão das nossas relações com os objetos para uma perspectiva mais ampla de mundo. Quando “você é o que você consome”, sua identidade passa a ser invisível, enquanto ao praticar o consumo consciente e investir em economia compartilhada pode trazer uma sensação de real pertencimento, o torna agente e retoma sua importância no contexto social.
Muitos são os exemplos que atestam essa tendência de comportamento. Dentro do varejo de moda, vemos o crescimento de lojas onde a compra dá lugar a troca, ao empréstimo ou aluguel. Uma forma de renovar sim o visual, afinal moda é comunicação e expressão, mas de sem a necessidade de possuir inúmeras peças. Falamos aqui sobre a LENA, acervo de roupas em Amsterdam onde você pode ter novidades de estilistas selecionados por uma assinatura mensal. Agora temos também um exemplo paulistano com a House of Bubbles , que se denomina “um Netflix de roupas” e também dá espaço a novos criadores. Expandindo um pouco o segmento, há a primeira “biblioteca de coisas” The Sharing Depot, em Toronto, onde é possível encontrar equipamentos de camping, acessórios esportivos, brinquedos, jogos, utilidades domésticas, ferramentas, etc.
Mais do que seguir um ideal, nosso momento aponta para formas concretas de se materializar o desejo de novos caminhos para o consumo. Hora de reavaliar se a crise é apenas financeira.
Fonte: Euromonitor / Ponto Eletrônico
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