Há tempos a discussão sobre o calendário fashion tradicional foi levantada por aqui, afinal porque temos que seguir as estações do hemisfério norte e não as nossas próprias, estando sempre 6 meses atrasados? Algumas marcas já não se prendiam a influência das tendências apresentadas lá fora em defesa da identidade do design brasileiro. As marcas com presença global também enfrentavam um paradoxo ao alinhar suas coleções ao local. Somando-se a isso o fato de o próprio clima já não estar mais tão definido atualmente, a divisão entre inverno e verão perde ainda mais sentido, e não apenas no Brasil.
Tais observações chegaram ao ápice ano passado pela constatação da mudança de comportamento nas semanas de moda. Hoje todos os desfiles são compartilhados e acompanhados em tempo real, seja por Twitter, Snapchat ou Instagram. O alcance e a rapidez da informação de moda já estão anos luz a frente da produção industrial e seu alcance no varejo, portanto nada faz mais sentido do que alterar o calendário tradicional.
Os defensores mais tradicionais dos eventos de moda tem se posicionado a favor de um detox durantes os desfiles. Contudo, os smartphones não estão acabando com os fashion shows, apenas mudando nossa forma de consumi-los. Neste movimento, dentre as grandes labels a Burberry saiu na frente ao alinhar o varejo ao desejo do consumidor. As roupas apresentadas na NYFW 2016 estavam nas lojas poucas horas após o fim do desfile. Tom Ford, Marc Jacobs, Donatella Versace e Tommy Hilfiger também se preparam para essa transformação de calendário. Ganha quem se adapta aos novos tempos.
Fonte: WWD
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